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Nefilat Apáim - cair com o rosto por terra:
como deve-se proceder?

Nos últimos séculos acrescentara-se mais um ponto diferencial entre os sefarditas do ocidente e os sefarditas orientais: os primeiros, como os asquenazitas, fazem "nefilat apáim" da seguinte forma: sentam-se após a oração ("'amidá") nos bancos da sinagoga, e pousam a fronte sobre o braço esquerdo, próximo ao pulso, recitando um salmo como súplica. Os asquenazitas fazem o mesmo, trocando simplesmente o braço esquerdo pelo direito quando têm sobre si os tefilin (filactérios) postos.

Os sefarditas orientais, por motivos cabalísticos, evitam colocar a fronte sobre o braço. No mais, não há distinção.

No passado, porém, quando ainda não se colocava bancos na sinagoga, senão cobria-se o solo desta com tapetes, as súplicas eram feitas após a oração por duas formas, cada comunidade conservava uma das duas, e ambas são corretas: ou deitava-se o suplicante sobre o solo em decúbito dorsal (i.e., sobre a face), e isto é o que se chama hichtaĥavaiá, ou punha-se sobre os joelhos com o rosto por terra, que é o que se chama qidá. Neste segundo caso, apesar da semelhança que há com a forma segundo a qual curvam-se os ismaelitas em suas orações, tomava-se o cuidado de manter os joelhos bem dobrados e ligados ao plexo solar, mantendo a parte traseira do corpo bem abaixada, pois a forma como os ismaelitas procedem é ainda resquício de como faziam antes de Moĥamad, seu profeta que os trouxe à fé em Deus.

Outra diferença é sentida entre a forma hebraica e o modo islâmico, pois o hebreu punha o braço (esquerdo) entre seu rosto e o chão, e desviava a face um pouco para a direita.

Estas são as únicas formas pelas quais se cumpre com este pormenor da oração diária, e todos os demais "costumes" são formas de agir distantes do transmitido pelos sábios no Talmud. Quando à súplica em si - é permissivo (e até aconselhável!) que faça cada um segundo suas próprias palavras, fruto de seu próprio âmago.

o tradutor
(baseado em escritos dos gueonim)

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