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Capítulo 15

01 Pode estar alguém no "rechut ha-rabim" e transportar [algo] em todo o "rechut ha-iaĥid". [De modo similar] pode estar alguém no "rechut ha-iaĥid" e transportar no "rechut ha-rabim", com a condição de não retirar dos quatro côvados. Se retirar, porém, é "patur", por estar em outro recinto. Assim, pode estar uma pessoa no "rechut ha-iaĥid" e abrir no "rechut ha-rabim", e estar no "rechut ha-rabim", e abrir no "rechut ha-iaĥid". O animal cujo corpo se acha fora e sua cabeça dentro, pode-se colocar perante ele seu alimento. (Mais explanação)

02 Não pode-se estar no "rechut ha-iaĥid" e beber no "rechut ha-rabim", ou no "rechut ha-rabim", e beber do "rechut ha-iaĥid", senão no caso haja introduzido sua cabeça e a maior parte de seu corpo no local onde bebe. Em que caso? - Em que esteja usando utensílios belos, dos quais necessita, por decreto: pois pode ser que venha a retirá-los [de um recinto para o outro]. Mas em tratando-se de untensílios que não são bonitos, dos quais não necessita - ou caso o poço se situe na "carmelit" - mesmo sendo os utensílios bonitos, pode introduzir somente sua cabeça e beber em seu lugar, e mesmo que não introduza sua cabeça e maior parte do corpo.

03 Pode-se, estando no "rechut ha-rabim", tomar da água que se lança de um cano ou de um muro, e beber, com a condição de que não toque no cano, ou no muro, tomando [diretamente] de sobre um deles. Se tocar neles, se for o lugar mais elevado que dez tefaĥim, e mais baixo que três na cercania do topo [em relação a este], é proibido, pois estará como que retirando de sobre o teto, que é "rechut ha-iaĥid". De modo similar, caso for o cano em sua largura 4x4 tefaĥim, esteja ele situado dentro do espaço de dez tefaĥim [em altura], ou mais elevado que isto, receber dele água é proibido. Por que, então, não é passível de penalidade? - por não estar a áua parada, senão em deslize, em movimento.

04 Uma saliência feita diante da janela sobre o espaço vazio do recinto público, - se estiver mais alta que dez tefaĥim - pode-se usar sua parte superior, pois o "rechut ha-rabim" não não ocupa espaço, senão até dez tefaĥim. Portanto, permite-se a utilização de todo o muro, até [o limite de] seus dez tefaĥim inferiores.

05 Em que caso [permite-se]? em que haja apenas uma proeminência. Se, porém, forem duas as preminências que saem da parede, uma estando abaixo da outra - mesmo que ambas estejam acima de dez tefaĥim - caso na superior haja o espaço de 4X4 tefaĥim em seu largo, está proibido utilizar-se de sua superfície. Porquê trata-se de um recinto à parte, e a inferior a ela, outro recinto, e proibira-se um recinto em relatividade ao outro, pois não podem haver dois recintos em um único recinto.

06 Se na saliência superior não houver quatro tefaĥim em sua expansão, e tampouco na inferior, pode-se usar a ambas. Assim, com respeito a toda a parede, até os dez tefaĥim inferiores. Se, porém, a inferior tiver o espaço de 4x4 tefaĥim, mas não a superior, não se pode usar a superior, senão nos limites da janela, unicamente. Quanto a outros setores dela, em relação aos dois lados da janela, o uso é proibido, devido à saliência inferior, que é um recinto à parte.

07 Toda saliência que sair por sobre o recinto público, nas quais seja permissivo o uso, caso venha alguém a usá-las, não poderá colocar sobre ela senão utensílios de argila ou vidro, que se caírem no recinto público, se quebrarão. Demais utensílios e alimentos está proibido que seja colocado ali, pois se caírem no recinto público, quererá trazê-los de volta.

08 Duas casas que se achem à beira do recinto público - pode-se arremeter de uma para a outra acima do espaço de 10 tefaĥim - no caso de ambas serem suas, ou entre elas houver um 'eruv. Até mesmo utensílios metálicos ou indumentários pode arremeter. Se, contudo, se acharem uma acima da outra, e não em mesma altura, por equivaléncia, é proibido lançar roupa, ou semelhantes, pois pode ser que venha a cair no recinto público, e venha a portar. Quanto a utensílios de argila, e semelhantes, pode lançar.

09 Um poço que ache-se no recinto público, e sobre ele houver janela, o poço com suas lajes completam em conjunto 10 tefaĥim para que se possa retirar dele água no chabat. Em que caso (é isto permitido)? - em que se ache bem junto à parede, dentro de quatro tefaĥim, onde uma pessoa não pode passar. Mas, se for bem afastado, não se pode encher dele no chabat, a não ser no caso em que fosse alta sua ĥuliá dez terfaĥim: neste caso, achar-se-á o balde saindo da ĥuliá para "meqom petor".

10 Lixeira que se ache no recinto público, que tenha a altura de dez tefaĥim e sobre ela uma janela, pode-se despejar nela água no chabat. Em que caso dizemos isto? - em que seja pública - porquê não costuma ser esvaziada. Mas da pessoa particular, não se despeja nelas, porquê será esvaziada, e neste caso, achar-se-á despejando comumente ao recinto público.

11 Um canal d'água que passar pelo quintal - se nele houver a altura de dez tefaĥim e em seu largo quatro - é proibido retirar dele água no chabat, senão no caso de haver feito uma parede de separação em sua entrada e em sua saída. Se, porém, não houver em sua profundidade dez tefaĥim, ou não houver em seu largo quatro tefaĥim, pode-se retirar água sem necessidade de parede de separação.

12 Caso haja em seu largo mais que dez "amôt", mesmo não tendo em sua altura dez "tefaĥim", até que faça para ela uma "meĥitsá", pois [a regra em leis de chabat é que] tudo o que for mais que dez côvados em sua largura, é [considerado] lacuna territorial, e invalida as paredes de separação. E, quanto a portar coisas em todo o quintal? - se restar do cercado um "pass" em um lado e um no outro, seja que quantia for, ou [mesmo se restar] um apenas em um dos lados, que tenha a largura de quatro tefaĥim, é permitido o porte em todo o quintal, e não fica proibido senão encher [vasilhames de água] do canal, somente. Mas, se não restar nenhum "pass" [do cercado], fica proibido o porte em todo o quintal, pois o quintal ficou aberto para um "mar", que é [o setor chamado] "carmelit".

13 Como se faz a parede de separação na água? - Caso esteja por sobre a água, precisa estar um "têfaĥ" da parede de separação metida dentro da água. Se, porém, estiver toda ela dentro da água, é mister que saia acima da água um "têfaĥ", para que esteja a água do quintal separada, e mesmo que não chegue a barreira até o solo [do canal]. Já que tem dez "tefaĥim", e permitida. E, não permitiram [os Sábios do Talmud] uso de uma parede de separação suspensa, senão na água: por ser a proibição de portar na água decreto rabínico, facilitaram em concernência à separação, que não é senão por reconhecimento.

14 Um canal d'água que passe entre os quintais, ao qual estejam abertas janelas, se não tiver as medidas, pode-se introduzir a ele um balde janela abaixo, e encher dele no chabat. Em que caso? - em caso no qual não esteja distante da parede três "tefaĥim"; se, porém, estiver distanciado mais que isto, não se pode encher dele, senão no caso de haverem "passim" saindo da parede de um lado e outro, fazendo com que esteja o canal como passante dentro do quintal.

15 Um balcão construído por sobre a água, e nele uma abertura por sobre a água, não se pode encher através dela no chabat, senão se fizer paredes de separação altas dez "tefaĥim", posicionadas em relação ao balcão, ou que esteja descendo a parede desde o balcão por sobre a água, e neste caso é vista como se estivesse descendo até tocar a água. Assim como se retira dela no caso de haver feito as paredes, de mesmo modo pode-se despejar dela ao mar, pois estão suas águas em despejamento na "carmelit".

16 Um quintal menor que 4X4 côvados, não se pode despejar nele água no chabat, devido à razão de ela sair rapidamente [dali] para o recinto público. Por isto, é preciso que faça um buraco que suporte a quantia de duas "sein" no interior do quintal, ou no recinto público ao lado do quintal, para que a água se junte ali, e construir sobre ela uma abóbada externa, para que não seja visto a cavidade ali feita como sendo parte do recinto público. E, tanto o quintal quanto a êxadra se juntam para completar o espaço de quatro côvados. Quanto precisa medir o local para que suporte a quantia de duas "sein"? - meio côvado quadrado na profundidade de 3/5 de um côvado.

17 Caso seja a cavidade menor que [o suficiente para receber] duas "sein", pode-se despejar nela até enchê-la. Se exatamente [o suficiente para receber] duas "sein", pode-se despejar nela até mesmo sessenta "sein" de água, apesar dela dominar [o setor por sua quantidade] e espalhar-se para fora da cavidade. Em que caso [pode-se fazer isto]? - no período pluvial, pois os quintais se estragam, e comumente os canos estão molhando [tudo], pelo que não virá alguém a dizer que este está fazendo uso, e a água sai por sua intervenção para o recinto público. Mas, no verão, caso conter mais que duas "sein", não pode despejar senão a quantia de duas "sein". Se menor que isto, não se pode despejar nela de modo nenhum.

18 O esgoto no qual despeja-se água, e nele escorre e vão sob o solo saindo ao fim para o recinto público, bem como um cano no qual se despeja água, e ela vai pela parede até despejar-se no recinto público, é proibido despejar ali, seja na boca do esgoto, ou do cano, porquê estará a água saindo por força da pessoa para o recinto público. Pode-se, porém, despejar ao lado da abertura do esgoto, e ela desce por si mesma para ele.

19 Em que caso? - no verão; mas, no inverno, pode despejar e voltar a despejar, sem que precise evitar fazê-lo, pois comumente acham-se os canos a enxarcar, e as pessoas desejam que toda água seja absorvida em seu próprio lugar. Se ao despejar a água no esgoto, esta sair para a "carmelit", é permitido, mesmo no verão. Não decretara-se proibição esta em caso de "carmelit". Por isto, permite-se despejar por sobre a parede de um navio, e a água desce daí ao mar.

20 Não encha-se [utensílios de água] diretamente do navio, senão caso houver feito um local 4X4 côvados saindo do navio para o mar. Em que caso? - se estiver dentro da altura de dez "tefaĥim" acima do nível do mar. Mas, caso estiver acima de dez "tefaĥim" desde o nível do mar, deve criar uma protuberância qualquer, e encher, e não necessita desta protuberância senão por reconhecimento.

21 Alguém que ache-se lendo um livro sobre a carmelit, e desenrolar-se o livro um pouco dele sobre o recinto público, e parte dele ficar em sua mão, se desenrolar-se para fora de quatro côvados, deve-se revirar o livro sobre seu lado escrito, e deixá-lo ali. É decreto, para evitar que em caso que se desenrole todo ele, caindo de sua mão, venha a transportá-lo por quatro côvados. Se desenrolar-se dentro do espaço de quatro côvados, pode enrolar de volta a si, e assim se desenrolar-se em direção ao recinto particular, pode enrolar de volta. Se ler nele no recinto particular, e desenrolar-se para o recinto público, caso pare nele, deve virar o livro sobre seu lado escrito e deixar, e se não parou em lugar algum, ficando pendurado no espaço por sobre o recinto público, sem haver chegado ao chão, pode enrolar de volta a si.

22 Uma pessoa que portar um espinho para que não cause prejuízo às pessoas, caso se encontre no recinto público, deve levá-lo pouco a pouco, por menos de quatro côvados. Na "carmelit", pode transportá-lo normalmente, mesmo que seja por cem côvados. De mesmo modo, um morto que se tornar exacerbadamente fétido, e se desonrara demasiadamente, e não conseguem os vizinhos estar com ele, podes-se retirá-lo do recinto particular para a "carmelit". Quem descer a banhar-se no mar, deve enxugar-se, para que não ache-se transportando a água que se acha sobre si pela "carmelit", em um espaço de quatro côvados.


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