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Os Grandes Filhos da Nação: |
Ĥakham e escritor de vários livros,
filho de David Israel de Oliveira, conhecido como
o espanhol. Rabi Salomão nasceu em Amsterdam,
onde faleceu a 23 de maio (4 de sivan) de 1708.
Era Rabi Chelomo de Oliveira o "matif"
(discursor de admoestações),
e substituto do professor Moisés de Rafael de
Aguilar na Companhia Kêter Torá de
Amsterdam, e após o falecimento de
Rabi Jacob Sasportas em 1698, tornou-se o
líder do Bet Din da comunidade sefaradita local,
e após, de todas as comunidades sefaraditas da Europa.
Em princípios de 1652, copiou Rabi Salomão
o Cânon de Ibn Sina, traduzindo-o para o português,
cuja tradução foi utilizada mais tarde por
escritores portugueses para registro de influências
do árabe no idioma lusitano. (Vestígios
da língua arábica em Portugal - Lisboa, 1798 - 1830).
Ainda em sua juventude escrevera livros em hebraico,
e compôs poemas no estilo dos grandes poetas
hebreus do período dos
gueonim e richonim.
Seus livros em hebraico: Aiêlet Ohabim,
Ma'assê Abraham, 'Aqedat Isĥaq,
Qichrê Esba'ôt (comentário sobre o Rambam),
Dal Sefatáim (gramática aramaica),
'Es ĥaím, Darkê No'am -
chave de regras para o estudo e legislação
no talmud, por ordem alfabética, Tub Tá'am -
sobre a pontuação massorética,
Regra para os motivos dos mandamentos no Rambam,
Darkê Ha-Chem - chave para os 613 mandamentos,
mostrando fontes para as halakhot no Talmud e nos
escritos rabínicos posteriores ao Talmud,
Záit Ra'anan - Esclarecimento de expressões na
Michná e na Gemará e nos escritos filosóficos
por ordem alfabética, com tradução,
trazendo no final do livro índice de todas as palavras
segundo traduzido, por ordem alfabética, juntamente
com sua fonte em hebraico, Te'amê ha--Te'amim -
sobre melodia dos sinais massoréticos, especialmente
os de lamentações, provérbios e Salmos,
e mais um livro à parte só sobre os sinais
massoréticos dos Salmos, Iad Lachon - gramática
de hebraico com tradução, como resumo do
livro Marpê Lachon de Rabi ben-Ĥabib,
Chorchôt Gevulôt - sobre finais de palavras
para utilização poética, mais alguns
livros em língua portuguesa.
Anteriormente à inquisição a família
de Oliveira era conhecida na Espanha como
Benveniste, nome recebido no período
do domínio islâmico, e antes eram simplesmente
ha-Levi - antiga família levítica ibérica,
ou ha-Itshari, por serem descendentes deste filho de
Qehat (Êxodo 6:16, 18) e deram origem à
ramificação sefardita hispano-portuguesa
de Oliveira, hispano-americana
Oliva-Cávia, hispano-itálica
dal Medigo, e aos tradicionais troncos asquenazita
Epstein, Horovitz e Segal.
De todas as ramificações deste clã
saíram grandes mestres de Torá - na Turquia, o livro
kenêsset ha-Gedolá - compêndio
acerca das regras talmúdicas, trazido em cada exemplar
do Tratado Berakhôt, após o livro que lhe dera origem,
o Mebô ha-Talmud, de Rabi Samuel ha-Nagid,
também levita - foi compilado pelo grande sábio
Rabi Ĥaim Benveniste, e trabalho similar - mais conciso
e mais simplificado foi realizado por este sábio oriundo
da segunda ramificação da mesma família:
o livro
Darkê No'am -
as regras talmúdicas em síntese.
A família levítica "de Oliveira"
dividira-se em Portugal em
dois troncos principais, com
a perseguição
inquisitorial: parte lograra escapar
para o norte do Marrocos,
instalando-se na região de
Tetuan, e parte se deslocara
para a Ilha da Madeira, onde
novamente se dividira.
Destes últimos, há
os que chegaram a Amsterdam,
retornando ao judaísmo
formalmente, da qual temos este
renomado sábio, e outra
facção aportara no
Rio Grande do Sul, instalando-se nas
cercanias de Sto. Ângelo,
quando tentavam chegar às
colônias holandesas
da América Central, e à
América do Norte,
por ocasião de um naufrágio.
Destes, uma parte dirigira-se
à região de
Minas Gerais, e daí, ao Nordeste,
instalando-se nas cercanias do S. Francisco,
especialmente na
região que vai de Tabocas do Brejo Velho
até Ibotirama,
antiga Bom Jardim, conservando-se
endógamas ainda em
nossos dias, mantendo costumes
típicos do que foi
chamado no passado pejorativamente
de "marranismo".
Posteriormente, deslocaram-se
muitos dos que chegaram
a Amsterdam para a
América Central.
Dos filhos da família
que chegaram ao Brasil,
alguns mantiveram uma
ligação indireta
com a comunidade judaica de
origem portuguesa no Rio,
mas mantendo-se à parte,
sem envolver-se diretamente;
outros lograram alcançar o
retorno e o reconhecimento
formal, como o
rabino
J. de Oliveira,
atualmente residente em Israel.