ביא"ע

Prefácio ao Michnê Torá
de
Rabi Mochê ben Rabi Maimon

Traduzido pela:

União Sefardita Hispano-Portuguesa
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(Notas do tradutor)

Todo conteúdo entre colchetes [ ] é matéria do tradutor, seja para facilitar a compreensão do texto, como por necessidade de adaptação à forma linguística latina, especialmente a portuguesa, que foge demasiadamente aos critérios das línguas semitas em geral. Toda crítica será aceita, se construtiva; agradeço antecipadamente pela ajuda prestada na correção e aprimoramento deste trabalho pelas mesmas. Os termos especialmente peculiares à cultura hebraica, como "taqaná", "dinim muflaim", ou outros similares, optei por não traduzir, evitando a criação de promiscuidades que pudessem dificultar a compreensão do leitor, por não terem esses termos nada em comum com nenhuma cultura ocidental, e mesmo oriental, no segundo caso citado. Qualquer tradução seria imperfeita, portanto optei por notas explicativas.

Ademais, cabe ressaltar que esta obra fora realizada especialmente para os descendentes dos que outrora sofreram a perseguição inquisitorial que, nessa época, acham-se num labirinto após o retorno à fé ancestral, e aos que pretendem retornar, que não venham a passar por ele.

Outrossim, espero ser útil este trabalho a todo judeu que busca o proceder reto baseado em nossa eterna Torá.

Em cada ponto sobre o qual achei necessário esclarecimento, fiz o que pude, apesar de minha insuficiência, e as notas foram numeradas ou assinaladas com um asterisco para que se possa abrir uma nova página, tendo o leitor o alvedrio livre para fazê-lo ou não, livrando-me da possibilidade de que alguém possa vir a pensar que busco impor minha forma de pensar a outrem.


SINAIS GRÁFICOS UTILIZADOS:


  1. '= simboliza o som da letra 'ain (ע), som produzido in gutture, peculiar das línguas semitas, ao comprimir-se a glote;

  2. ch- usado aqui para a letra "chin" (ש). Tem o som de "sh" inglês, e não o usamos por nada ter em comum com a fonética portuguesa. Esperamos que outros após nós sigam este exemplo, e evitem transliterar ao português como se estivessem transliterando ao inglês.

  3. g= simboliza a letra hebraica "gimal" (ג) tem sempre o som desta letra em português na palavra "gato", isto é, jamais funciona como "j" em palavras hebraicas transliteradas, mesmo antes de "i" ou "e". "Gezerá" - lê-se "guezerá; "geonim" - lê-se "gueonim". O hebraico não possui o som de "j", apesar de que na época dos gueonim a região Tiberiana de Israel pronunciava o "iod" como "jod", quando este vinha pontilhado ("dagesh"), mas a pronúncia era errônea, conforme testifica Rav Sa'adia Gaon (em seu comentário sobre o "Sêfer ha-Ietsirá"). A letra "g" hebraica sem dagech deve ser pronunciado como "gh" (similar ao árabe "ghain", mas para não dificultar ao aprendizado, evitamos utilizar a pronúncia tradicional sefardita.

  4. H= Simboliza a letra (ה) - como o "h" inglês na palavra "horse", mesmo quando proceda "N" ou "L". O hebraico indispõe das junções fonéticas "lh" ou "nh" portuguesas.

  5. Kh= equivale ao khaf (כ) lene, pronunciado como o "J" espanhol tal e qual é, pronunciado na Espanha pelos castelhanos, um tanto mais forte. Comumente, é pronunciado em Israel como o "ch" alemão, que é brando. Contudo, sua pronúncia é correspondente ô mesma letra em árabe.

  6. ĥ= usado para transliterar a letra "ĥet" (ח) cujo som é inexistente nos idiomas ocidentais em geral; há quem insista em pronunciá-lo como "ch" alemão ou como "J" espanhol, incorretamente. trata-se da letra "HET" hebraica, ou "HA" árabe, fortemente aspirada, muito diferente da "khaf".

  7. V - Na tradição sefaradita não existe o som de "v" na letra ב (bet) não pontilhada, conforme se faz no hebraico atualmente utilizado em Israel, sendo o mais correto. A letra mencionada possui som duplo (por exemplo, abba = ab-ba) quando vem pontilhada, e tem som simples, um "b" mais leve, quando não leva o pontinho dentro. Optei pelo hebraico atual nesse ponto, para evitar a confusão do leitor. "Ob" (אוב), por exemplo, fora transliterado como "ov", e assim por diante.

  8. V (W) - seria o apropriado para a letra "vav" (*) ("Wau"), cuja pronuncia correta (inclusive para Eli'ezer ben-Yehuda, o "inventor" do hebraico moderno, deve ser pronunciado como "u" consonontal. Porém, como em Israel atualmente se pronuncia com "v", assim o fiz, pela mesma razão acima mencionada. Contudo, achei importante ambas as observações, pois quem sabe, algum dia voltaremos a pronunciar o hebraico como se deve... Equivale à letra árabe que tem este mesmo nome.

  9. Tz= em lugar da letra "tzadi" (צ), que em nossos dias tem a mesma pronúncia da "z" alemã ou "zz" italiana (fazer o quê?). Sua pronúncia correta é equivalente à letra em árabe que leva o nome "sâd". O "sadi", corresponde a um "s" palatal aspirado, ou seja - pronuncia-se o "s" ao mesmo tempo em que puxa o palato para dentro. Às vezes estará também transcrita com a junção "ts".

  10. Q= corresponde à letra "quf" (ק), que se faz na garganta, pouco mais abaixo que o "c" português antes de a, o ou u.

  11. T= em hebraico, (assim como nas demais línguas semitas, como o árabe e o aramaico, por exemplo,) temos duas espécies de "t" - sendo um palatal (tet=ט), e o outro, dental (tau, ou tav=ת) (*). Pelas mesmas razões, não os diferenciei aqui. Em Israel, em nossos dias, não diferenciam entre ambos. Equivale a "tet", em árabe à letra "tâ" palatal, e a "tau", á "ta" linguodental.

  12. O som do "mapiq" - que é o ponto que torna a pronúncia da "he" no final de certas palavras um pouco aspirada - será transcrito com a letra "h" no final do termo transliterado, em lugar de simples acento agudo sobre a letra final, quando esta for oxítona, ou de sua ausência, quando for paroxítona.

  13. Apesar de em transliteração para quem fala o português ser desnecessário transliteração especial para a letra "rech", já que os israelenses em sua maioria, por influência asquenazita, e os asquenazitas no mundo inteiro pronunciarem-na com o som da "R" alemã, achei importante acrescentar também esta nota. Aos sefarditas, especialmente os descendentes dos "anussim", evitem copiar a pronúncia desta consoante segundo o costumeiro entre os judeus-portugueses de Amsterdam, por ser errônea, aprendida do meio em que viveram nestes últimos quatro séculos. O mesmo com respeito à pronúncia da "'áin", que os judeus-portugueses de Amsterdam copiaram dos judeus itálicos, por ser-lhes difícil a pronúncia desta letra conforme o que lhes fora ensinado por seus mestres que trouxeram do Marrocos e Turquia. Na antiga Espanha, onde o árabe era falado no dia a dia nas "Aljamas", a pronúncia dos judeus hispano-portugueses era diferente da comum hoje nos Países-Baixos e Inglaterra, Surinam e América Central e do Norte.
No que concerne aos nomes próprios, ou a termos utilizados, me desfiz um pouco do costumeiro na comunidade judaica no Brasil, que evita traduzi-los. Todo termo para o qual achei nome correspondente já utilizado pelos antigos tradutores não judeus da Bíblia, usei-o normalmente sem preconceitos, pois este trabalho tende a ajudar e a simplificar, não a dificultar e complicar.

Por exemplo, a palavra "'azará", fora traduzida em alguns trechos por "átrio", e e em outros, simplesmente transliterada, tendo seu esclarecimento em um glossário organizado à parte, para que os leitores aprendam também sua forma hebraica. Também "cohen gadol" fora aqui traduzido por sumo-sacerdote em alguns lugares, enquanto que em outros permanecera em sua própria forma original hebraica, pela mesma razão, e assim muitos outros.

Termos para os quais não há tradução exata em nenhum idioma ocidental, como "haflaá", "din muflá", ou similares, não traduzi, optando por transliterar e explicar no glossário ou em páginas especialmente redigidas com esta finalidade.

Com respeito ao linguajar utilizado aqui, perdoem-me os doutos, mas optei pelo mais simples possível, evitando ao máximo palavras ou expressões que dificultem ao leitor sua compreensão, a exemplo do próprio autor do Michnê Torá, que disse: "...Para que esteja este livro ao alcance do grande e do pequeno..."
Em suma, que o judeu mais distanciado, principalmente aqueles cujos antepassados foram vítimas da nefanda perfídia do "amor" da "santa" inquisição, que "abominava a crueldade e o derramamento de sangue".

Espero haver sido útil a todo filho de Israel em seu progresso no conhecimento de suas raízes e no fortalecimento de sua fé, sendo esta minha maior recompensa!



Para estudos em hebraico - Bíblia, Talmud, Tosseftá, Michnê Torá
Mekhon Mamre

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Michnê Torá em português - משנה תורה בפורטוגלית

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